Largas dezenas de populares, residentes no Parque Nacional da Peneda-Gerês, exigiram, ontem, um novo Plano de Ordenamento para o território, numa reunião-debate que teve lugar no Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas, em Campo, Terras de Bouro.“Não serve”. Esta foi a palavra de ordem que mais se ouviu por parte dos agricultores relativamente às medidas anunciadas no actual Plano de Ordenamento proposto para o PNPG, considerando-o como um ‘entrave’ ao desenvolvimento daquela região, uma vez que se baseia numa série de ‘proibições’.
“Este é um plano que está virado contra as pessoas na utilização dos solos para a agricultura, bem como para a pastorícia, impedindo a melhoria da qualidade de vida das pessoas, pois nem os barracos para os animais os deixam construir”, assinalou Ana Gonçalves, da Associação para a Cooperação entre Baldios.Segundo o seu entendimento técnico, o plano que foi proposto “tem demasiadas restrições”. “Não deixam pastorear, não deixam apostar em projectos para os baldios poderem ser uma área de potencial desenvolvimento, por exemplo, através da colocação das eólicas”.Mas não só. O facto de existirem muitos terrenos baldios que estão sujeitos a um regime de co-gestão com a direcção do PNPG - quando segundo os especialistas na matéria essa gestão deveria ser feita com as direcções florestais.Além do impedimento da colocação de eólicas nos baldios do PNPG, há ainda proibições que se acrescentam à lista como a exploração de pedreiras e a limitação das zonas de caça.Ana Gonçalves defende que as pessoas “têm que ser ressarcidas dos investimentos que não podem fazer, pois têm que ser compensadas”.O responsável pela Associação de Defesa da Floresta do Minho indicou, por seu turno, que “há grande confiança em relação às pessoas que habitam no PNPG para travar o processo que põe em causa o seu futuro. Estamos, sobretudo, contra a desertificação do interior”.“Esta proposta do actual Plano de Ordenamento vai no sentido de retirar direitos e impedir a actividade das pessoas e de terem mais-valias como a colocação de eólicas nos baldios. Se há esse impedimento, qual é a compensação?”, questionou.Desde há um ano que o Movimento Peneda-Gerês com Gente tem sido um dos principais opositores ao planeamento proposto para o parque. José Carlos Pires, líder do movimento, reclama por um novo plano de ordenamento. “Este Plano de Ordenamento não serve. Nós vamos tentar que se faça um novo plano, que seja mais adequado à realidade deste território e que estimule a fixação da população”, avançou o responsável.Como primeira medida a tomar, José Carlos Pires propõe “uma mudança de atitude do PPPG e dos seus responsáveis, no sentido de reconhecerem “que este é um território organizado e que a população local é necessária, partindo do conceito de que esta não é uma área selvagem - esse conceito é desajustado”, apontou o responsável.
Baladi (Federação Nacional dos Baldios)& Movimento Peneda Gerês Com Gente
CONVOCATÓRIA
A revisão do P.O.P.N.P.G proposta pelo ICNB não corresponde ás expectativas e retira direitos à população residente.
É inconcebível que os Povos do Parque tenham que pagar a factura dos excessos da Direcção do ICNB, o que leva a discriminações inaceitáveis que colocam em causa o Futuro da População.
Perante isto, convocamos a população residente na Zona do PNPG para uma reunião, a realizar no próximo dia 20 de Dezembro de 2009, ás 14 horas no Museu Etnógrafico de Vilarinho das Furnas, para debater e decidir o que fazer perante as imposições da Direcção do ICNB que desrespeita e descriminem a população.
Reunião, dia 20 de Dezembro, às 14horas, na Junta de Freguesia de Campo do Gerês
Não Falte!
Apoiam:
aceb(Associação para a Cooperação entre Baldios);
ADEFM
S.B.T.M.A.D(Secretariado dos Baldios de Trás-os-Montes e Alto Douro)
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